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Cartas e depoimentos

Selecionamos algumas cartas enviadas no período das festas de ex-alunos.
Alguns endereços citados nas cartas estão desatualizados, para saber informações sobre endereços e/ou e-mail de ex-alunos entre em contato conosco

 

San Francisco, 16 de Agosto de 2001

Aos amigos das antigas e professores do CEAT,

Muitos de vocês nem sabem quem eu sou, mas depois de receber um e-mail do Deco me convidando pra festa dos ex-alunos do CEAT não deu pra ignorar a ocasião. Por quê? Porque eu não sou só ex-aluno do CEAT, como também do Pueri Domus.

Explico: fui pro Pueri em 1978 pra cursar a 6ª série ginasial. Fiquei lá 3 anos e me formei na Oitava. Depois fui pro São Vicente (como todo mundo), mas tive a sorte de poder voltar ao CEAT 3 anos depois pra cursar a Terceira Série do Científico (ainda se chama assim?) e me preparar pro Vestibular.O Pueri Domus/CEAT foi uma experiência muito importante pra mim. Não só fez a minha formação acadêmica, mas principalmente fez a minha cabeça pras coisas da vida. Abriu questionamentos, mostrou opções e me fez ver que a vida tem vários caminhos diferentes. E principalmente, me ensinou que a nossa trajetória pela vida é a gente mesmo que faz, com esforço, trabalho e criatividade. Foi lá também que fiz os grandes amigos da minha vida: Flavinha, Malu, Fernandinha, Drica… muita gente de quem sou amigo até hoje. A essa altura do campeonato são até família, são muitos anos de amizade e amor. E claro, não posso deixar de me esquecer dos grandes mestres daquela época (e espero que dessa também) que me ensinaram TUDO: Marcelo (Matemática), as grandes Bernadete e Luiza (História), André Valente e Ângela (Português), Claudio (Física), Silvio (Química), César (Geografia). Tem mais gente, mas não consigo de cara me lembrar de todo mundo (afinal me formei a mais de 15 anos!). Mas não posso me esquecer da Emília e da Terezinha, que sempre deram a mim e a minha irmã Anua Paula a maior força, inclusive deixando a gente estudar de graça, quando a coisa tava preta lá em casa. O carinho e a atenção com a qual o Pueri/CEAT nos trataram jamais serão esquecidos e me deram a base na qual eu construí minha vida e minha carteira profissional.
Bom, e o que laço hoje em dia? Depois de me formar em Comunicação na PUC em 9l, vim para os Estados Unidos onde estou até hoje. Moro na linda cidade de San Francisco na Califórnia – só o meu querido Rio de Janeiro ganha em beleza – onde trabalho como produtor ou gerente de produção (dependendo do projeto) de animação em computação gráfica. Trabalhei em alguns filmes inteiramente de animação – “Formiguinhaz”, “Shrek” – em outros trabalhei como produtor de efeitos especiais (desculpem, mas não sei os títulos em Português) – “Forces of Nature”, “The Peacemaker”, “Batman and Robin’ – todos pro estúdio DreamWorks. e em muitos comerciais pra TV. A vida tem sido bem legal pra mim aqui na América e por enquanto vou ficando por aqui – já são quase 10 anos o já me acostumei com os “gringos” (sou quase um deles).
Mas vou sempre ter saudades da minha infância e adolescência aí no Rio e da nossa querida escola. E agora do alto dos meus 35 anos vejo o quão importante foi essa época pra mim, pelas amizades que fiz e por toda a formação de vida que o CEAT me deu. Valeu gente! Muito obrigado de coração!!! Não vai dar pra comparecer a festa, mas mando um grande beijo pra todo mundo e a certeza que ainda voltarei ao castelinho pra rever meus professores e relembrar dos momentos incríveis que passei aí,
Um beijão,

André Araújo – Turma da Oitava de 1980 e Terceira do Científico de 1984

 

Amigos e mestres

Primeiro devo me apresentar. Um dia fui Marcia Lachtermacher Rocha, aí casei como David e hoje sou Marcia Lachtermacher Triunfol. Escrevo pra mandar notícias, pra matar as saudades e pra dizer oi!
Entrei no CEAT no primeiro ano científico e fui daquela primeira turma 12, que pintou a sala toda e encheu as paredes de recorte de jornal. Era 1984.

Depois fiz biologia na UFRJ, mestrado em genética, doutorado em biologia molecular, pós-doutorado… E hoje moro nos Estados Unidos e sou Editora Associada da Revista SCIENCE.
Além disso, coordeno o projeto educacional “O DNA vai à Escola” (www.odnavaiaescola.com).
Morro de saudades do Rio, do calor, da praia, do posto 9, das festas … E de um tempo que já não volta mais!
Bem, aí vão meu e-mail e endereço pra quem quiser me escrever

Márcia Lachtermacher Triunfol
2722 Connecticut Ave NW #33
Washington, DC USA Zip 20008
e-mail: marcia@odnavaiaescola.com

Beijos em todos,
Marcia

 

Tabatinga-AM, 30/04/2000

Meu caro amigo de Escola:

Não sei se estas linhas chegarão até você, pois o endereço que tenho é muito antigo e a roda da vida já girou por muito tempo e por isso é muito difícil que você não tenha se mudado. De qualquer forma, estou enviando esta mensagem pra você e para os outros colegas do nosso saudoso Pueri Domus, na esperança de encontrar algum de vocês.

O motivo que me levou a escrever esta mensagem foi por ter encontrado um velho caderno com os endereços da turma do Pueri Domus, última turma antes, do colégio mudar de nome, hoje o nosso castelo chama-se CEAT. Ao encontrar o caderno de endereços fiquei pensando se seria possível encontrar algum de vocês depois de tanto tempo. Como já disse, a roda da vida girou, eu cresci, me formei em Medicina e me mudei pro Amazonas, aonde me casei. Uma vez por ano vou ao Rio de férias, visitar meus pais.
Como não tenho certeza que esta carta chegará até você, não a farei muito longa. Mas caso você a receba, saiba que volta e meia eu penso em todos vocês com muito carinho, pois aquela época foi inesquecível e muito do que sou hoje eu devo ao convívio com vocês e com os professores do Pueri Domus.
Alguns dias atrás eu estava assistindo uma reportagem na TV, no Jornal Nacional, sobre escolas e, de repente, apareceu um grupo de alunos sentados na beira de um chafariz muito familiar, era o nosso lago, aquele que nós revitalizamos colocando água, peixes e plantas e que até hoje deve continuar vivo e sendo cuidado por outros alunos que continuaram de onde nós paramos. Ao ver essa reportagem, ao rever nossa Escola, decidi que tinha que mandar esta carta.
Por favor, se você estiver lendo estas linhas não hesite em me responder. Pode ser através de um cartão, telegrama ou uma carta curta. Se tiver acesso a Internet, pode ser por e-mail.

Na esperança de reencontrá-lo,
André Spitale
sapopema@hotmail.com

AS ESTAÇÕES

Tentei viver as primaveras intensamente, o mesmo fiz com os meus verões, Mas, nos primeiros ares de outono, o inverno já me preocupava. Talvez por isso tenha sofrido tanto… Pois achava que os ventos fios do inevitável inverno iriam nos levar como folhas secas separando uns dos outros. Tinha medo de não mais poder viver primaveras tão belas quando as paisagens mudassem.
Hoje passaram-se outras primaveras e muitos verões também. Mas no outono já não me preocupava tanto com um inverno que sempre chegava… Pois hoje sei que, apesar do frio, novas primaveras florescem em paisagens sempre mutantes. Já não nos vejo como folhas secas ao sabor de ventos gelados. Sinto que fomos sementes, levadas por ventos mais calmos, com cheiro de primavera, e fomos plantados pelo mundo afora.
O tempo nos juntou a outras sementes vindas de diversos lugares e novamente amadurecemos, vivendo as quatro estações. Devemos ter sido levados por ventos renovadores para muitos e muitos recantos, sempre germinando, renascendo e construindo novas paisagens.
Sendo assim, mesmo distantes, fomos espalhando pelo mundo os frutos da nossa convivência.
André Spitale, 1988

 

Guaxupé, 4 de agosto de 1999

Sabiam que os anos que eu passei dentro do Castelo são uma lembrança constante na minha vida até hoje? Como foram bons esses anos!
No Castelo aprendi a ter responsabilidade e segurança sobre meus atos, aprendi que professor também é gente, e pasmem: aprendi física! Ah! E foi aí que conheci minha melhor amiga…

É com o coração em frangalhos que eu fico em Guaxupé enquanto vocês se divertem.
Tô com o pensamento aí, podem ter certeza.
Divirtam-se por mim

Um beijo cheio de carinho pra cada um de vocês!

Laura Ribeiro de Oliveira

 

Se algum de vocês da turma de 1981 (Ana Paula de Oliveira Araújo, Claudio Octavio Sporer Valencia, Claussius Pereira Wanderley da Nóbrega, Cristiana de Matos Duarte Pereira, Leonor Comes de Oliveira Xavier, Liana Bonfim, Luciana de Andrade, Marcelo Rodrigues, Maria Eugênia Lanna, Maria Inês de Oliveira Castro Carneiro, Mano Luiza Fontenelle Barreira Teixeira, Márcia Góes Coelho de Souza, Patrícia Barcala Baptista, Paulo Guilherme Mello Berner, Rodrigo Attié Lanna, Simone de Oliveira Knorr, Simone Saintive Barbosa, Valéria Teixeira Nunes) estiver lendo isso e der aquela saudade manda um e-mail porque gostaria de saber o que aconteceu com cada um de vocês.

Um abração,
Luiz Henrique Stockler
3999 West Chester Pike
Newtown Square, PA 19073
T +1.610.355.2520
F +1.610.661.0531
stockler@carthlink.net

 

Rodolfo Vaz de Carvalho
407, 101 – Cumberland Ave. S.,
CANADA
Novembro 1993

Foi com grande emoção que recebi a carta e o artigo do JB referentes à festa de 10 anos do 2º grau do CEAT. Dez longos anos se passaram, mas não foram suficientes para apagar lembranças tão marcantes em minha vida.

Recordo, como se fosse ontem, a angústia da notícia de que o 2º grau do São Vicente se desmantelara, as incertezas quanto a um futuro que parecia claro, os emocionantes momentos da vigília, a brava decisão de fundar um novo 2º grau, a tristeza dos amigos que não puderam ou não conseguiram subir a ladeira conosco, a euforia do novo começo, as ‘1001’ assembléias, os choques com o já existente CEAT, a dura constatação de que apesar da liberdade existente seria difícil levar o projeto original adiante… Mas valeu a pena. Muita coisa mudou, muitos dos utópicos ideais foram trocados por outros mais realistas. Por um momento pensei que nosso sonho havia se perdido pelo caminho. Mas, olhando para trás, vejo o quão importante todo aquele processo foi em minha vida, um aprendizado que levo dentro de mim até hoje.
Atualmente vivo no Canadá, onde estou fazendo mestrado no Western College of Veterinary Medicine, University of Saskatchewan, trabalhando com fertilização in vitro animal. Aqui cheguei em agosto/92, após me formar em biologia (bacharel em genética) pela UFRJ, financiado por uma bolsa da OEA. Meu mestrado termina oficialmente em agosto/94 e me foi oferecida uma bolsa canadense para Ingressar num PhD. Todavia, as saudades do Brasil são grandes.
Infelizmente não estarei com vocês no dia 23, mas estarão meu coração e meu pensamento.

PARABÉNS CEAT!

 

É com enorme prazer, que hoje 10 de outubro recebi esse convite (que minha mãe me mandou). Noto a maravilhosa organização que todos os ex-alunos do CEAT conseguiram criar.
O meu nome é Glauce, tenho 25 anos, fiz parte do CEAT, mas, agora são 6 anos que vivo na Itália, e tenho duas filhas (4 e 3 anos).
Gostaria de trocar cartas com todos aqueles que se lembram de mim, ou que querem me conhecer.

Infelizmente não posso participar das festas, e da organização, mas gostaria de continuar a ser informada de todas as coisas boas que vocês fazem.
Desejo tudo de bom para todos, e força para continuar com

“Gente é pra brilhar
Não pra morrer de fome…”

Com carinho
Glauce Costa Blautardi

 

Medellin, 5-12-93

CASTELO DE MUITAS ALEGRIAS:
Você foi das melhores coisas que têm passado por minha vida.
A turma 11, os professores, a educação, a natureza, a liberdade, a crítica, a criatividade, fizeram que jamais eu me esquecesse de 1991; o ano que cursei o primeiro ano do segundo grau aí.

Ainda que só tenha estudado um ano no CEAT, o quero tanto, e até mais que meu colégio aqui na Colômbia, onde fiquei desde os 4 anos até terminar o 2º grau, e que só deixei durante os dois anos que morei na Cidade Maravilhosa.
O Castelo significou muito em minha vida. Nunca se apagaram da minha lembrança o professor Samir e seu projeto “a terra oca”. Com o qual comecei a gostar e compreender as ciências naturais; Angeli, com o português (mais tarde o espanhol) e a literatura me envolveram; o Almir, que com suas aulas de teatro me introduziu no mundo da meditação e dos filósofos orientais; o Cesar e a Ana que me ensinaram história e geografia de forma crítica e diferente da que eu tinha estudado, e que, hoje me tem servido muito em minha profissão.
Neste momento estou estudando jornalismo na Universidade Pontifícia de Medellin. O ano que vem começo o quinto semestre. Além disso, estou estudando artes plásticas no Instituto de Belas Artes, e também trabalho como instrutor de mergulho aqui na minha cidade, e nas férias num lugar chamado Isla Fueste no Caribe Colombiano. Para qualquer um do Castelo e para Associação de Ex-alunos, no que possa ajudar nestas três áreas, estou sempre prestes.

Um grande abraço para todo o CEAT, mas em especial para a turma 11, meus companheiros e amigos de alma que ainda levo “do lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância, digam não…”
Desculpem a ortografia e o “portunhol”, mas fiz o possível, já que não tenho ninguém para praticar o idioma.

FELIZ NATAL E ANO NOVO!
Alejandro Cock P.

 

agosto de 1993

Ah, CEAT! Suando eu me lembro desse meu 2º grau.

Ufa…! Foram 3 anos ótimos, nos quais grandes amigos se formaram, numa época onde os amigos são para toda a vida.
Ah! E as festas! As festas eram famosíssimas. O Rio de Janeiro inteiro subia o morro para curtir.
Aliás, essas festas (das quais eu participava da organização, modéstia a parte), me deram muita dor de cabeça. A tal ponto, que um dia a Luisa chamou minha mãe e disse: “A Rita é ótima para organizar festas, só que o curso aqui não é para diplomar Tornaghis da vida. Ela tem que estudar a matemática.”
Ah! CEAT, para não dizer que só o que restou na minha memória foram as festas, eu me lembro de todos os professores, mesmo o de matemática, com muito carinho.
Infelizmente não posso festejar junto com vocês, os 10 anos do 2º grau do CEAT, mas prometo que tomarei (dia 23) uma “champagne” pensando em vocês. Hie!

Abraços mil, com muitas saudades
Rita Calazans

 

Hannover, 29 de novembro de 1993

Est Mall, Fille grub aus Deurchland!!!
Pra dizer a verdade eu não sei muito bem o que escrever…
Estou por aqui no fim do mundo da Alemanha curtindo minha segunda adolescência. Agora por aqui faz um frio infernal (porque meu inferno com certeza é gelado) e neva quase todo dia.
E de repente, no meio disso tudo, paro pra pensar no CEAT. Só consigo me lembrar do calor que fazia quando eu tinha aulas naquelas salas do lado da “aventura”. Como era bom e eu não sabia…
Bem, não vou falar das provas finais, nem dos aumentos da mensalidade, muito menos das aulas de física e matemática (não que eu tenha algo contra física e matemática, mas tenho a impressão que “elas”têm contra mim). Acho que é melhor falar das paredes – as paredes?! – claro! Ai se essas paredes falassem… com certeza diriam mais sobre minha vida do que eu mesma posso lembrar. E naturalmente, não só sobre a minha vida , não é mesmo?!

Ainda bem que as paredes vêm mantendo sua discrição durante todos esses 10 anos…
Eu podia agora começar a falar do quanto foi importante os anos que diariamente (ou quase) era obrigada a frequentar o “ponto de carona” no Cosme Velho as seis e meia da manhã, e me embrenhar no meio do mato para enfrentar os “primeiros tempos. Minha adorada rotina estudantil nunca será esquecida, mas prefiro falar do que, de verdade, foi importante: mais do que o castelinho no meio da floresta, o misto quente na hora do recreio ou a cervejinha gelada no quiosque, o que mais me marcou, influenciou e me orgulhou em todos esses anos forma as pessoas com quem eu convivi dentro e fora das paredes do CEAT.
MUITOS DE VOCÊS FORAM, E AINDA SÃO, A MELHOR INSPIRAÇÃO!
Ah! Pra quem quiser saber o que eu tô fazendo aqui… Eu pinto, é claro! O que, afinal, é o melhor que sei fazer.
Que pena que eu não possa estar aí hoje com vocês, de qualquer maneira aí vai um beijo enorme para:
Igor, meu eterno melhor amigo, como vão as coisas?
Noca, por que você não me escreve? Você sabe o quanto eu te adoro.
Bozó, meu irmão, já tá com meio pé na “uni” de música? Você ainda se lembra dos Saraus do São Vicente?
Marco, cê não acha que tá na hora de me mandar notícias?
Lôfa, cremoooooso! Como vão as coisas?
Sarita, cantando pelas praias do morro de São Paulo…
Aninha baixinha, e nossas noitadas no B.G.?!
Carmen, com sua super acolhida em Salvador e as dicas da Europa!
Andrézinho, você ainda tem o desenho que eu te fiz?
Togo, desde os tempos da biblioteca… Que aconteceu com a história das minhocas?
Darlan, você ainda tem problema com as mulheres? Brincadeirinha.
Luena, você ainda canta? Beijos pra Carminha e pra Isolda. Me escreve!
Ludmila, como vai a vida? Que diabos está fazendo?
Ana Paula, minha super assistente, um beijo enorme pra você e pra sua mãe! Eu ia adorar receber uma carta sua!
Kika, lembra de quando a gente brincava de “madame”?!
Xuxa, tenho uma curiosidade especial de saber o que aconteceu na sua vida. Diz pra Barbara que mando um beijão pra ela também.
Letícia, o Igor me falou que você está há anos com o mesmo namorado! Pois é, eu continuo a mesma! ha ha ha ha !
Marilha, você ainda desenha?
Helena, cuida bem do Igor que ele merece, beijinhos.
Claudinha, e nossas peripécias políticas?!
Leozinho, sabia que você era um adolescente muito chato e muito charmoso? Brincadeirinha…
Henrique, ainda rola aquela de “lance cabeça”?
Molinha, como vão as molas?
Eva, sabia que eu sou completamente apaixonada pela Espanha, e que, estive vivendo um ano e meio com um Alincantino?
China, será que você ainda se lembra de um certo amanhecer nas Paineiras?
Alemão, e o dia de buscar o resultado dos exames finais?!
Kiko, sempre bem vindo na casinha de Mauá.
Vitor, você é uma das figuras mais piradas que eu já conheci.
Gurú, valeu pelo lugar na barraca dos “Marcelos” em Morro, como anda o negócio com a câmera?
Moisés, lembra do papo no Parque Guinle?
Maguilinha, quem diria?! Você chegou a ser professor do meu irmão…
Aninha Crazy, tens notícias da Mônica?
Celina, Que será que você anda fazendo?!
Rodrigo, você ainda está em Cuba?!
Janaína, afinal, cê foi estudar cinema em Cuba ou não?!
Betinho, você ainda tem meu cassete do “Abraras”?
Chico, quanto tempo que você não vai a Mauá?!
Rafitas, como vai a turma do “relex e bagas”?
Rita, cê ainda tá morando em Paris?
Isabela, você sabe que eu te adoro, por que não me escreve? Beta manda mil beijos. Vamos filosofar mais uma vez olhando as estrelas da “toca do morcego”?
Lolô, na próxima oportunidade toma uma “cornel” por mim.
Deco, obrigada por ter se lembrado de mim.
Teixeira, cê ainda não toma leite de onça depois de ter escovado os dentes?
Ana, eu tenho um montão de amigos veterinários por aqui.
Pedro, será que vocês se casaram?!
Tomás, você continua dando festas tão boas como antigamente?
Lelê, você está vivendo em Paris ainda ou estudando psicologia?
Gabi “Weeks”, até hoje não sei escrever seu sobrenome…
Renata, viu?! eu não esqueci você!
Thiaguinho, lembra de mim?
Celina, você ainda faz Tai Shí?
Cristiana Maria e Ana Cristina, desde os tempos do Senador correia, vocês têm notícias das Adão Antunes?
Martinha, você estudou no CEAT? Juro que não me lembro mais!
A todos vocês, mil beijos, e também a todos que eu por acaso tenha me esquecido mas ainda se lembram de mim. Um beijo grande também nos meus inesquecíveis mestres: Chico, Luisa, Antônio Cesar, Marcelo Sá, Tor, André Valente e etc…

E feliz Natal e um Ano Novo radiante para todos vocês!

Marcia

 

Curitiba, 17-11-93

Tenho recebido as cartas do CEAT, mas, infelizmente não pude aparecer nas festas.
Depois que terminei o 2º grau, fiz vestibular para canto na Escola Nacional de Música da UFRJ. Cursei durante um ano (1992), e agora estou com a matrícula trancada. Ano que vem farei minha transferência para a Escola de Música e Belas Artes do Paraná.
Estou cantando com a Camerata Antiqua de Curitiba (coro e orquestra de camera), desde abril deste ano. Tenho cantado em muitos teatros por aqui, como o Teatro do Paiol, a Ópera de Arame, o Teatro Guaíra e outros.
Divido apartamento com outra cantora da Camerata, que também é do Rio. Moramos do lado de um bosque (onde podemos encher a cara de cerveja nos fins de semana, quando não temos que trabalhar, é claro!)
Estou com muita vontade de ir na festa do dia 23. Mas, tenho concerto de camerata no dia 22. Por isso não sei se vai dar! Vou tentar, tá?

beijos,
Lucia G. Bianchini
PS: Beijos para todos do CEAT!!

 

25/06/93

PARABÉNS!
Adoraríamos estar aí com vocês, mas na impossibilidade enviaremos nossos representantes.

beijos

Lana Porto

 

 

 

13/04/93

Professor Marcelo,

Conhecemo-nos à porta da Igrejinha de Santa Teresa, segunda-feira passada. Na ocasião cheguei a perguntar-lhe como se chamava, pensando tratar-se de um amigo que há tempos não via, Carlos vergara. Assim, além de seu nome, fiquei sabendo de sua atuação na equipe da Luiza.
Infelizmente, dadas as circunstâncias do encontro e das horas que, insistem sempre em correr com mais pressa do que deviam, a conversa ficou picotada e inacabada.

Viemos, Dolabella e eu, de uma geração, talvez uma das últimas que ainda teve a oportunidade de ter tido um ensino meticulosamente elaborado, uma geração que tinha prazer e respeito aos livros, sede de saber. A má televisão chegou, então, como grande aliada da nova Lei de Diretrizes e Bases na época dos governos militares e o mal estava lançado, quanto à má canalização de informações, a malfadada múltipla escolha, a proliferação dos cursinhos que , em vez de ensinarem cultura, simplesmente, como na malandragem da Lei de Gerson, mostravam o caminho das pedras através de truques, além da diversidade de programas da TV, sob absoluta e burra (não o é, sempre?) censura, que acenavam para um desinteresse pelos livros, enfim pelo aprendizado. Isto tudo, dentro de uma desvalorização do professorado brasileiro – então em crescimento – sob uma verdadeira caça as bruxas por parte de quem tinha medo do que a verdadeira cultura poderia proporcionar. Nossos filhos – geração nascida e criada dentro deste grande “mal do século” – sofrem as conseqüências disto sem nem ao menos perceberem, uma vez que não tiveram a oportunidade que nós tivemos. Os parâmetros.

O ensino, em contrapartida, foi se deteriorando. A formação de professores passou, em muitos casos, a ser a última opção para quem pretendia cursar uma faculdade e não possuía gabarito para as quatro pioneiras opções. Ficaram, assim, vários corpos docentes de alguns dos nossos “melhores” colégios com o rebotalho. Isto sem falar na falta de estímulo que a má remuneração oferece para que se formem novos Professores com talento para tal. Poucos, muito poucos, são os professores que ainda podem ser respeitados. Pouquíssimos são os Mestres.

Luiza conseguiu montar uma equipe fantástica de pessoas. Oásis nesta aridez que o ensino do nosso Brasil de hoje. Como gente e como fada, maneja uma varinha de condão com a perfeição dos sábios. Dos que vivem intensamente. Dos que têm tempo para tudo. Dos que ainda sabem sorrir. Enquanto as pessoas mergulham – ainda assim, ás vezes, muito mal, pois mergulhando em águas rasas, quebram suas caras – na teoria e acham que estão aptas a lidar com o ser humano, ela usa todos os seus instintos aliados ao aprendizado não só teórico mas também tirado da maior de todas as escolas, a das ruas, onde ela tem que fabricar a imagem do amor para quem, algumas vezes, nunca conheceu nem o amor de mãe. Por isso achamos que ela e o Ceat, sua alma, tal como sempre imaginávamos que o Ceat fosse. Mais do que o próprio, Ela é uma instituição.

Nossos filhos, hoje na terceira e quinta séries, breve terão o privilégio de estar nas mãos de vocês. Acredito que eles saibam aproveitar o que terão pela frente, uma vez que todos os seus alunos são individualmente tratados, respeitados e, acima de tudo, estimulados corretamente. Não conheço um só adolescente do quarto segmento do Ceat que não compareça ao colégio todos os dias, com uma necessidade diferente da dos demais adolescentes da nossa cidade.

Quando atravessamos as imaginárias portas do Ceat da Luiza, temos a impressão de que, como num livro de H. G. Wells, entramos numa máquina do tempo e voltamos – no bom sentido – aos nossos tempos de ensino.

Esta carta, Professor Marcelo – e faça dela o uso que bem lhe aprouver – é para que você saiba que pode contar com nosso incondicional apoio quanto a este movimento que você, com tanta felicidade – como pai e Professor – encabeça, para colocar a Luiza no lugar certo. No lugar que sempre pertenceu a ela. Esse querido monstro sagrado. Uma verdadeira fada madrinha.

Vera e Carlos Eduardo Dolabella
(escrito a quatro mãos)